En portugués
O presente trabalho busca fazer o contraponto entre análises estético-históricas e homológicas de duas obras do pintor russo Kandinsky. Durante sua trajetória, ele transicionou da poética figurativa para a abstrata, pela qual se consagrou como pioneiro. Para lograr um contato com a alma do espectador, que deve permitir que o quadro atue sobre ele, utilizava-se de manchas e cores em profusão para dialogar com o público, transmitindo emoções a partir da abstração. A partir dessa visão abstrata de Kandinsky, buscamos trazer um novo olhar analítico sobre a obra do pintor russo. Primeiramente, foi feito uma breve síntese de sua trajetória de vida. Entendemos o despertar para a arte aos 29 anos, quando foi para Munique estudar pintura. O abstrato surgiu quando, junto a outros artistas, escreveu “Do Espiritual na Arte” que confrontava a normatividade na arte. Em seguida mostramos o contexto da Geometria Projetiva e da Homologia: conteúdo que usamos para nossa analise a partir da homologia.
Em suma, a geometria projetiva se difere da geometria euclidiana porque ela não trabalha mais com medidas quantitativas e sim qualitativas. Desenvolvida por Poncelet, a geometria projetiva é baseada em transformações descritas por centros: se uma figura está contida num plano e outra figura está contida em outro plano e os respectivos pontos das duas figuras concorrem em um único ponto, se diz que houve uma transformação a partir de um ponto de projeção. A homologia é uma transformação projetiva, em que as figuras objeto e imagem se relacionam por um centro de homologia e por um eixo de homologia. Foram feitas análises das pinturas “Primeira Aquarela Abstrata” e “Última Aquarela”, e o contraponto entre as duas formas de análise mostrou-nos uma noção de que a geometria projetiva tem um papel fundacional sobre a abstração no momento de equilibrar uma composição. Obras abstratas não buscam representar o terreno e suas hierarquias, mas sim as forças de equilíbrio e a Beleza. Foram notadas áreas que tinham correspondências homológicas.
En inglés
Kandinsky defended the spiritual in art. To create affection with the spectator’s soul, whom must be open for the painting’s action, he strongly utilized the abstractionism joining colors and smudges to reach the public and to send emotion. In this paper, we present analysis of two Kandinky’s paintings underneath two scopes: an analysis regarding the painting’s historic-aesthetic context, and then a homologic analysis. However, both types of analysis search balance and beauty. Firstly, we summarize the artist’s life trajectory, followed by a notion of Projective Geometry and Homology. Lastly, we’ll compare both analysis and then show our conclusions.