“Escuchar puede cambiar el mundo”: reflexiones a partir de la obra de Santiago Vázquez para la ACNUR

Abstract

La Agencia de las Naciones Unidas para los Refugiados (ACNUR) protege y asiste a las personas que, como consecuencia de los conflictos armados, la violencia, las persecuciones y las violaciones de derechos humanos, deben desplazarse forzosamente de sus lugares de origen. La ACNUR organiza los esfuerzos internacionales para encontrar lugares de acogida y favorecer así mejores condiciones de vida para estas personas. La promoción de derechos humanos, la sensibilización y concientización sobre las problemáticas de las que se ocupa y las líneas de acción para hacerle frente, son parte también de su mandato. Diferentes prácticas artísticas suelen ser protagonistas de las campañas de sensibilización y divulgación de la ACNUR. Algunas de dichas prácticas poseen características que las aproximan a lo que suele denominarse activismo artístico. En el activismo artístico confluyen y se articulan prácticas especializadas como las artes visuales, el teatro, la música, etc. y no especializadas como los saberes populares diversos y diferentes formas de intervención/acción extrainstitucionales. El objeto de este campo de interacción no son las prácticas activistas en sí sino su potencialidad para transformar la realidad a partir de su dimensión política (Delgado, 2013; Expósito et al., 2012). En 2021, ACNUR convocó a Santiago Vázquez para desarrollar un proyecto sonoro que se dio a conocer el 20 de junio -Día Mundial de la Persona Refugiada- que se llamó Escuchar puede cambiar el mundo. Este trabajo tiene como objetivos reflexionar a partir de la obra mencionada y analizar los alcances del recurso sonoro y la música como activismo en el contexto de la problemática de las personas refugiadas.

A Agência das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) protege e auxilia pessoas que, em decorrência de conflitos armados, violência, perseguição e violações de direitos humanos, são deslocadas à força de seus locais de origem. O ACNUR organiza esforços internacionais para encontrar locais de refúgio e, assim, promover melhores condições de vida para essas pessoas. A promoção dos direitos humanos, a conscientização sobre as questões com as quais lida e as linhas de ação para abordá-las também fazem parte de seu mandato. Diferentes práticas artísticas são frequentemente protagonistas das campanhas de conscientização e divulgação do ACNUR. Algumas dessas práticas têm características que as aproximam do que é frequentemente chamado de ativismo artístico. O ativismo artístico reúne e articula práticas especializadas, como artes visuais, teatro, música etc., e práticas não especializadas, como diversos conhecimentos populares e diferentes formas de intervenção/ação extrainstitucional. O objeto desse campo de interação não são as práticas ativistas em si, mas seu potencial de transformar a realidade por meio de sua dimensão política (Delgado, 2013; Expósito et al., 2012). Em 2021, o ACNUR convidou Santiago Vázquez para desenvolver um projeto sonoro que foi apresentado em 20 de junho - Dia Mundial do Refugiado - chamado Listening can change the world (Ouvir pode mudar o mundo). O objetivo deste trabalho é refletir sobre o trabalho acima mencionado e analisar o escopo do som e da música como ativismo no contexto do problema dos refugiados.

The United Nations Refugee Agency (UNHCR) protects and assists people who, as a result of armed conflict, violence, persecution and human rights violations, are forcibly displaced from their places of origin. UNHCR organizes international efforts to find places of refuge and thus promote better living conditions for them. The promotion of human rights, sensitization and awareness of the problems it deals with and the lines of action to address them, are also part of its mandate. Different artistic practices are often the protagonists of UNHCR's awareness-raising and dissemination campaigns. Some of these practices have characteristics that bring them closer to what is usually called artistic activism. Artistic activism brings together and articulates specialized practices such as visual arts, theater, music, etc. and non-specialized practices such as diverse popular knowledge and different forms of extra-institutional intervention/action. The object of this field of interaction is not the activist practices themselves but their potential to transform reality based on their political dimension (Delgado, 2013; Expósito et al., 2012). In 2021, UNHCR called Santiago Vázquez to develop a sound project that was released on June 20 -World Refugee Day- called Listening can change the world. This paper aims to reflect on the mentioned work and to analyze the scope of the sound resource and music as activism in the context of the problem of refugees.