Busque entre los 166731 recursos disponibles en el repositorio
La obsolescencia programada se entiende generalmente como una estrategia empresarial-industrial planificada por monopolios y oligopolios en el diseño técnico de productos para incentivar el consumo. Al reducir su tiempo de uso efectivo, este queda inutilizado (obsoleto) y se convierte en un desecho. Sin embargo, si se considera la perspectiva del filósofo Herbert Marcuse quien, en su obra magna El Hombre Unidimensional analiza la sociedad industrial avanzada para exponer un proceso de racionalización tecnológica en diversos fenómenos socio-técnicos considerados en su existencia como racionales y necesarios en la producción y el consumo, la obsolescencia programada se presenta no solo como una estrategia intencional de empresas dentro de la producción industrial, sino como una tendencia que se consolida como ley interna del proceso productivo que modela los hábitos de los consumidores. La materialización de la racionalidad científico-técnica en la producción y los productos de consumo encierra una ideología centrada en la reproducción eficiente del sistema productivo, que impide considerar la irracionalidad de consecuencias destructivas como el desecho y la contaminación – desde una perspectiva sustentable – al considerar a la obsolescencia programada como una práctica inevitable. La sociedad industrial avanzada profundiza ciertas lógicas de producción como determinaciones necesarias en el producto fabricado, entre las que se encuentra imponer una fecha de caducidad en el objeto para perpetuar el consumo; esto normaliza a la obsolescencia programada como un subproducto necesario del progreso técnico y el crecimiento económico. El aparato técnico-productivo reproduce una forma particular de entender y construir el mundo técnico, y concretiza prácticas unidimensionales que son vistas como inofensivas respecto al consumidor. Pero la obsolescencia programada, como fenómeno socio-técnico, promueve cierta sensibilidad y hábito de pensamiento relacionados con el uso y el descarte, acordes al consumo como modo de producción y la racionalización del sistema técnico-industrial.
En portuguésA obsolescência planejada é geralmente entendida como uma estratégia empresarial-industrial planejada por monopólios e oligopólios no design técnico do produto para incentivar o consumo. Ao reduzir o seu tempo de uso efetivo, este se torna inutilizável (obsoleto) e converte-se em um descarte. No entanto, se considerarmos a perspectiva do filósofo Herbert Marcuse que, em sua obra magna A ideología da sociedade industrial: o Homem Unidimensional analisa a sociedade industrial avançada para expor um processo de racionalização tecnológica em diversos fenômenos socio-técnicos considerados em sua existência como racionais e necessários na produção e no consumo, a obsolescência programada se apresenta não apenas como um fato intencional de empresas dentro da produção industrial, mas também como uma tendência que se consolida como uma lei interna do processo produtivo que molda os hábitos dos consumidores. A materialização da racionalidade científico-técnica na produção e nos produtos de consumo encerra uma ideologia centrada na reprodução eficiente do sistema produtivo, que impede considerar a irracionalidade de consequências destrutivas como o descarte e a poluição – desde uma perspectiva sustentável – ao considerar a obsolescência programada como uma prática inevitável. A sociedade industrial avançada aprofunda certas lógicas de produção como determinações necessárias no produto fabricado, entre as quais se encontra impor uma data de validade no objeto para perpetuar o consumo; isso normaliza a obsolescência planejada como um subproduto necessário do progresso técnico e do crescimento econômico. O aparato técnico-produtivo reproduz uma forma particular de entender e construir o mundo técnico, e concretiza práticas unidimensionais que são vistas como inofensivas em relação ao consumidor. Mas a obsolescência planejada, como fenômeno sócio-técnico, promove uma certa sensibilidade e hábito de pensamento relacionados ao uso e descarte, de acordo com o consumo como modo de produção e a racionalização do sistema técnico-industrial.
En inglésPlanned obsolescence is generally understood as a business-industrial strategy designed by monopolies and oligopolies in the technical product design to encourage consumption. By reducing its effective usage time, it becomes unusable (obsolete) and turns into waste. However, if we consider the perspective of the philosopher Herbert Marcuse, who in his seminal work One-Dimensional Man analyzes advanced industrial society to expose a process of technological rationalization in various socio-technical phenomena deemed rational and necessary in production and consumption, planned obsolescence appears not only as an intentional strategy of companies within industrial production but also as a trend that consolidates as an internal law of the production process that shapes consumer habits. The materialization of scientific-technical rationality in production and consumer products contains an ideology centred on the efficient reproduction of the productive system, which prevents considering the irrationality of destructive consequences such as waste and pollution—from a sustainable perspective—by viewing planned obsolescence as an inevitable practice. Advanced industrial society intensifies certain production logics as necessary determinations in the manufactured product, including imposing an expiration date on the object to perpetuate consumption; this normalizes planned obsolescence as a necessary byproduct of technical progress and economic growth. The technical-productive apparatus reproduces a particular way of understanding and constructing the technical world, and concretizes one-dimensional practices that are seen as harmless regarding the consumer. But planned obsolescence, as a socio-technical phenomenon, promotes a certain sensitivity and habits of thought related to dispensable items, aligned with consumption as a mode of production and the rationalization of the technical-industrial system.