En portugués
Nos dias atuais é comum, nos mais diversos espaços e em diferentes sociedades, se ouvirem discursos sobre a importância de viver de forma sustentável. Neste contexto, grande importância vem sendo dada à produção agrícola familiar de base ecológica, pelo fato desta preconizar formas de manejo que buscam minimizar os impactos ao ambiente, uma vez que vale-se de conhecimentos endógenos para respaldar processos produtivos. Nesta perspectiva, o presente artigo visa analisar o papel da Rede de Pesquisa Participativa em Agricultura Familiar, coordenada pela Embrapa Clima Temperado como instrumento de valoração do conhecimento local com o científico, bem como caracterizar as práticas adotadas que evidenciam a importância destes saberes em suas relações sócio-produtivas.
Para tal, utilizou-se de metodologia qualitativa, a partir da realização de questionários semi-estruturados (maio/dezembro 2010 e junho de 2011), e entrevistas em profundidade as quais sustentaram estas discussões. No tocante aos resultados foi possível inferir que o “movimento agroecológico” existente dentro da Rede, ao estimular o resgate de saberes, ao viabilizar a adaptação e validação das tecnologias aos cenários produtivos particulares, possibilita às famílias o desenvolvimento de uma condição mais autônoma, que contribui para o desenvolvimento da agricultura familiar local.
En inglés
Nowadays it is common, in the most diverse spaces and in different societies, to hear speeches about the importance of living in a sustainable way. In this context, great importance has been given to the ecologically based family farm production, because it professes forms of management that seek to minimize the impacts to the environment, since it uses endogenous knowledge to support productive processes. In this perspective, this article aims to analyze the role of the Family Farming Participative Research Network, coordinated by Embrapa Temperate Climate as instrument of validation and dissemination of the endogenous knowledge, as well as characterize the practices adopted that highlight the importance of this knowledge in their socio-productive relations. For this purpose, it was used a qualitative methodology, starting from semi-structured questionnaires (May/December 2010 and June 2011), and in-depth interviews that sustained these discussions. With regard to the results it was possible to infer that the “agro-ecological movement“ existing within the Network, when stimulating the recovery of knowledge, when facilitating the adaptation and validation of the technologies to the particular productive scenarios, makes possible to the families the development of a more autonomous condition, that contributes to the local family farming development.